segunda-feira, 5 de agosto de 2013

MANDINGA: GUINÉ E PATUÁ. SIGNIFICADO, DIFERENÇAS, EXEMPLOS

Napoleão Mendes de Almeida refere-se ao termo mandinga como nome próprio, geográfico, de vasta região da costa ocidental africana. Camões refere-se a essa região, cujos habitantes eram grandes feiticeiros, adivinhos, por meio dos quais os portugueses conseguiram descobrir ouro:
A mui grande Mandinga, por cuja arte
Logramos o metal rico e luzente,
Que de curvo Gamboa as águas bebe, 
As quais o largo Atlântico recebe;
(...)
Para o Priberam, mandingas é
uma das tribos da Guiné, e mandinga, no singular, um idioma africano.
No singular, tem também o significado de feitiçaria, dificuldade, embaraço ou o ato de mandingar (fazer mandinga, enfeitiçar).
Mais pesquisando chega-se à mandinga como a designação de um grupo étnico de origem africana, praticantes do muçulmanismo, que carregavam junto ao peito, pendurado em um cordão, pequeno pedaço de couro com inscrições de trechos do alcorão, que negros de outras etnias denominavam patuá
Com o tempo, passou a carregar também orações católicas. Além disso, esses amuletos guardavam objetos diversos como ossos humanos, balas de chumbo e moedas de prata. Eram também defumados com incensos e ervas e enterrados à meia noite em encruzilhadas.
Aqueles que utilizavam o patuá também eram chamados de mandingueiros, calundeiros, curandeiros e feiticeiros negros (Wikipédia).
Das tribos africanas aos dias de hoje, no Brasil, o termo passou a significar, de ordinário, feitiço ou bruxaria.


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Maria da Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.

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