Consiste no emprego de certas palavras que concordam com o pensamento e não são regidas pelas regras gramaticais. É a omissão da palavra com que se faz a concordância da oração, dando assim a impressão de discordância.
Subdivide-se em:
silepse de gênero (as palavras não concordam em gênero);
silepse de número (as palavras não concordam em número) e
silepse de pessoa (as palavras não concordam quanto à pessoa).
Exemplos:
Silepse de gênero:
Admitindo a idéia de que eu fosse capaz de semelhante vilania, S.M. foi cruelmente injusto para comigo (Alexandre Herculano, Castas, II)
Vossa Excelência é cuidadoso.
Silepse de número:
Misericórdia! - bradou toda aquela multidão, ao passar por el-rei: e caíram de bruços sobre as lájeas do pavimento (Alexandre Herculano)
Eis que começa a gente do mar a queixar-se e dar culpas a quem os fizera navegar. (Fr. Luís de Sousa, História de S. Domingos, I)
Os brasileiros somos um povo amante da paz.
Silepse de pessoa:
Senhor, os que somos de terra deixamos repousar os navegantes. (Almeida Garret)
Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos (Machado de Assis)
Os portugueses somos do Ocidente (Camões, Lusíadas, I 5-7)
Maria da Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.
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